Um belo dia, você está caminhando na rua ou dirigindo, e se depara com um monte de estudantes pintados, sujos de farinha pedindo moedas no sinal. Logo você percebe que se trata do famoso trote, algum calouro está pagando o pato para ser aceito pelos veteranos do seu curso. Alguns ou grande maioria desses trotes envolvem brincadeiras de mau gosto e humilhação, acabando algumas vezes em consequências bem terríveis. Por isso mesmo o trote foi e é considerado crime. Mas se é crime por que ainda é praticado? Ah colega, assassinato também é crime e continua sendo praticado.
Com suas origens na Europa, onde a humilhação conseguia ser bem maior que no Brasil (os calouros eram obrigados a beber vinho misturado com urina e comer alimentos misturados com fezes), o trote se difundiu pelo Brasil e já teve consequências bem graves, como há 11 anos atrás, quando um estudante que foi atirado em uma piscina como parte do ritual morreu afogado. Veja abaixo algumas das atrocidades já cometidas nos tais "trotes" e suas consequências:
O cérebro do coitado do calouro inchou por conta de uma enorme quantidade de água a qual ele foi obrigado a tomar. Resultado, morte por intoxicação.
Uma mistura de água fervendo com pimenta foi jogada nas costas dos calouros. Resultado, queimaduras de 2º e 3º grau nas costas, nádegas e genitálias.
Durante uma hora e meia, um jovem de 18 anos foi obrigado a beber uma enorme quantidade de bebida alcoólica. Resultado, morte por alta taxa de alcoolemia, maior do que o efeito de uma anestesia cirúrgica.
Uma estudante foi obrigada a escolher entre utilizar um consolo na frente de todos os presentes ou ingerir uma mistura feita com cocaína. Não há relatos em seu depoimento sobre qual das duas opções ela escolheu
A maior diversão para estes veteranos, é justamente o que o próprio título diz. Ver a pele dos calouros queimando enquanto jogam creolina neles. Eu penso nessa cena e só consigo imaginar um monte de demônios se divertindo enquanto condenados queimam no inferno.
Uma espécie de assembleia é realizada para avaliar as universitárias novatas, que devem ficar nuas diante de todos enquanto seus defeitos físicos são gritados na mais alta voz para todos escutarem.
Alguns desenhos foram feitos nas nádegas destes calouros com estas famosas canetas criadas para marcar as partes mais importantes de um texto. O que não foi nada legal, foi o destino dado as canetas após o desenhos, em um lugar muito próximo ao que foi desenhado.
Eu poderia citar mais inúmeras atrocidades já cometidas por esses ignorantes, mas como esse post já está começando a ficar pesado demais, vou abrir um espaço para os "trotes" realmente legais que já vivenciei.
Já deve ser do conhecimento de todos o famoso trote cidadão, no qual os calouros devem doar sangue ou juntar alimentos não perecíveis, entre outras coisas.
Como trotes realmente legais, daqueles que marcam pra sempre a vida acadêmica de um estudante e integram calouros e veteranos, seguem dois exemplos que eu presenciei em meu período estudantil.
Nunca, em toda minha vida, conheci alguém que não gostasse disso. É divertido, infantil ou não, dá pra fazer guerra de lama, e pras dondocas, faz bem pra pele e pro cabelo. Esse trote é realizado todos os anos na faculdade EST, na região metropolitana da linda Porto Alegre. Mais do que um trote, uma tradição que é passada ano após ano de veterano para calouro. E o pessoal lá é tão legal, que os calouros que ingressam na metade do ano, no tenebroso inverno do RS, só pagam o trote no semestre seguinte, quando já é verão e calor, afinal o trote envolve água fria e ninguém merece.